A projecção de volumes no espaço recortados no restolhar de uma alegórica assunção da realidade que vagueia entre uma verdade e a distorção efémera de momentos perenes; parede de papel de arroz retro-iluminada que comunica imagens que o cérebro re-associa e distorce à interpretação mais conveniente e conivente com a própria imagética associada ao empirismo orgânico de sinapses múltiplas e comunicações intermodais de impulsos electromagnéticos.
É vento...
A imagem que assoma no som que se ouve, são recriações inéditas na sua espontaneidade, na verbalização humana de pensamentos desafogados, são linhas difusas que se separam em nada, que se reflectem e que difundem o mundo sob a percepção de um cérebro que interpreta.
Mais... não!
Pretende-se um olhar objectivo, liberto de constrangimentos racionais, que permita uma transmissão concreta e o mais aproximada da realidade.
É aqui, neste preciso momento, se encontra a maior dificuldade.
É no conhecer, no realmente conhecer algo que se apresenta, no libertar de preconceitos e juízos prévios, que vive a essência da realidade, na transposição do mesmo para papel, proporcional, correcto... ou não, nunca correcto, aproximado, num quase permanentemente adiado e ostracizado...
Nunca, ninguém se liberta da subjectividade inerente ao ser, a não ser através de vias autistas, onde a realidade é focada e ampliada à falta de instrumentos de interpretação inatos.
Na verdade, no confiar desconfiando, refazendo, redesenhando, replaneando e acima de tudo na auto correcção constante presente neste estado de espirito de bom senso auto imposto; é que se encontram as respostas para quase todas as equações.
As sombras não deixam de ser manifestações filtradas da realidade.