17 de abril de 2011

Noite

Um gole inusitado em volúvel inépcia
Vidro verde que apaga o cromatismo
Afaga o cheiro, reserva a inércia
Uma queda infindável no abismo
São paredes brancas marcadas em fumo
Rabiscadas de histórias por contar
Um perfume que exala cigarro de enrolar
Migalhas de caminhos sem rumo
São estantes do Ikea iluminadas por uma vela
Ou a luz pendurada na parede, amarela
O sofá laranja onde me rendo
A contos que vou relendo.
Televisão apagada, um livro na mão
Subo as escadas da minha solidão
Dispo réstias de ilusão
Afago o meu ser em nuvens de tecido
Em escuridão consumível na servidão
Veludo sensível em dose de comprimido
Morro em pedaços de depressão…

Boa noite e até amanhã…


Poemas da Boca para as Apês

1 comentário:

joana disse...

Tás um poeta e pêras... Sim senhor... Andamos mto inspirados nós lol