Felismino Homem dos Campos é um tipo cheio de contradições. O dia em que nasceu fez-se noite duas vezes e sabe que no dia em que morrer o sol se apagará para sempre.
Felismino nunca foi feliz, nem sabe se ao mudar o nome o será; certo é que desde novo foi chamado "o agricultor" sem nunca ter visto o campo.
Passa as tardes nos cafés da baixa, estilo nouveau-chic de óculos encafuados no nariz, em pose de análise, verificando as moças que atravessam a praça com o rio em vista. Come moelas e caracóis, bebendo um ou dois finos, diletante desocupado, bem vestido e desempregado.
Felismino não é um homem qualquer. Na sobriedade do pós almoço, na qualidade daqueles que vão dormitando para o trabalho, ele, revigorado após a noite da socialite mais ou menos pelintra das revistas cor de rosa, impõe-se na cadeira com o figurão de general, ainda não tanto entradote, que todos querem ser, mas que ainda não se esforçaram por conhecer. É, portanto, um fantasma.
Tem um daqueles cursos superiores, engenheiro de potes ou de qualquer outra coisa que não tem realmente interesse factual para a sociedade, que do seu alto intelectual de um metro e oitenta lhe confere a autoridade moral de julgar quem passa, e como tal obviar a sua superioridade exemplar perante a rés que calcorreia as avenidas da sua metrópole.
Felismino é um não ser, tanto quanto a premissa "cogito ergo sum" o deixa ser.
Passa as tardes nos cafés da baixa, estilo nouveau-chic de óculos encafuados no nariz, em pose de análise, verificando as moças que atravessam a praça com o rio em vista. Come moelas e caracóis, bebendo um ou dois finos, diletante desocupado, bem vestido e desempregado.
Felismino não é um homem qualquer. Na sobriedade do pós almoço, na qualidade daqueles que vão dormitando para o trabalho, ele, revigorado após a noite da socialite mais ou menos pelintra das revistas cor de rosa, impõe-se na cadeira com o figurão de general, ainda não tanto entradote, que todos querem ser, mas que ainda não se esforçaram por conhecer. É, portanto, um fantasma.
Tem um daqueles cursos superiores, engenheiro de potes ou de qualquer outra coisa que não tem realmente interesse factual para a sociedade, que do seu alto intelectual de um metro e oitenta lhe confere a autoridade moral de julgar quem passa, e como tal obviar a sua superioridade exemplar perante a rés que calcorreia as avenidas da sua metrópole.
Felismino é um não ser, tanto quanto a premissa "cogito ergo sum" o deixa ser.
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3 comentários:
Estou a aimaginar esta estória a ser contada numa tarde num tasco entre malgas de verde tinto! :D
Chamou a atenção agora continua a estória Ti Duarte
Gostei... :) Fica à espera de mais ;)
acho que sim!
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