Escreve a pena os dedos que manuseiam
Palavras que nada servem, papeis que receiam
Conceitos abstractos, os quais se questionam
Se na existência que lhes dão funcionam?
Porque escrevo eu, se quem quer ler não me quer
E se quem eu quero não me lê?
Palavras são como imagens em movimento
Em moléculas de filme são só um fragmento
São frases de átomos indivisíveis na sua essência
Sujas no âmago da sua transparência.
Porque vejo eu, se quem me quer ver não me quer
E se quem eu quero não me vê?
Desdenha a caneta linhas em traço permanente
Continuas na sua interpretação do presente.
Revelam oníricas vinhetas ao quadrado
Ou um qualquer projecto inacabado.
Porque falo eu, se quem me quer ouvir não me quer
E se quem eu quero ouvir nada tem para me dizer?
E o que interessa isto tudo?
Nada... Portanto... Ah bom, até que pode ter algum interesse. Será que tem? Não, realmente não tem... E então porque escreves? Hum... Boa pergunta... Só por que sim... Ah bom, então. Ok, ok, ok... E que tal vai a vida então? Andando... Ah bom. E tu? Também. Porreiro! Moras aqui agora? Sim, sim... Já neste prédio. Que porreiro! Ficas mesmo no centro... Sim, dá jeito. Porreiro... Bem, tenho de ir. Ok! Bom jantar então... Até à vista. Abraço. Fica bem...
1 comentário:
Oh Du, tás a bater um coto mal... Agora já falas sozinho??? :p
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