30 de outubro de 2011

Assim como quem não quer...


Vivo coisas novas, mudo de ares, levanto a cabeça
Sinto-me feliz tipo puré instantâneo, só misturar leite
Agracio o calor que o sol me dá antes que a noite arrefeça
Na companhia de meia dúzia de estranhos, que deleite!
Vario o que tenho a variar,
Misturo o que tenho com o que quero avariar,
Sorrio, danço e sou na paisagem deste mundo
Cantarolo o que quero, que profundo!
São fundações de vãs esperanças
Construo castelos no ar e que bonança:
Enfuno as velas do meu ser assim como quem não quer
Por que na realidade... Tento viver como quem não quer

Tento ser, ler, viver, adormecer e não pensar...
Fico assim, apático depois de triste e a arreliar
A sonhar o que era antes e o que serei depois
Nunca o que sou entretanto, ah pois!
Lembro-me! E aí vem num ápice de memória
Não, não me apetece repetir a história...
E a questão que se impõe sempre à revelia:
Enfuno as velas do meu ser assim como quem não quer
Por que na realidade... Tento viver como quem não quer

Vou experimentar coisas novas, ver gente nova
Que um gajo já não vai para novo
Parece que se nasce já com um pé na cova
E o outro pelo caminho que leva... espezinha o povo.
As realidades que cá preparo em banho-maria
Andam mascaradas de epifania,
Distraem-me com sorrisos fáceis e com a pressão
De fazer tudo bem e de nunca dizer que não
A tudo que me impingem porque vai ser bom para mim
Deixem-me ser, deixem-me viver assim!
Não vou para a frente porque atrás não vem gente
Não vou para a frente porque estou por aqui assim:
Enfuno as velas do meu ser assim como quem não quer
Por que na realidade... Tento viver como quem não quer

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