14 de abril de 2011

Adeus


Adeus... digo-te hoje adeus
Não mais o que poderia ter sido
A expectável dormência da saudade
Não me afectará, e, na verdade
Nada disto me teria ocorrido
se não decidisse dizer-te hoje adeus.
Não ficam remorsos, nem receios.
Apenas um exorcismo de vontades,
Um desabafo em fase terminal.
Pena somente o tempo que afinal
desperdicei se é que na verdade
estavas fora dos meus meios.
Nada foi em si mesmo uma desilusão
Só uma luta que não tinha por onde vingar;
e mesmo na ausência de vitória,
todos estes acontecimentos e história
me levam a concluir que o pesar
é parte de um processo de formação.
Adeus... digo-te hoje adeus!
O nosso encontro foi fugaz
e o dia que se segue, cinzento
não me proporciona algum alento.
Apesar de tudo, uma observação mordaz:
a vida prossegue até ao próximo adeus.

Poemas da Boca para as Apês