9 de outubro de 2011

Sonho


Escorrem os meus dedos no teu cabelo
Suave, tão suave que me eriça o pelo
A minha mão na tua pele, macia como o ar
Os teus olhos que não evitam o fechar
A tua boca que se solta em descontracção
O teu ofegar que mimetiza respiração.
Entrelaçamo-nos em carícias...

Se a roupa cai no chão com um baque surdo
E as mãos fogem num sussurro mudo
Não pedem desculpas pelo absurdo
Que é a base de sustentação de tudo
Bebo o teu pescoço com vontade
E pressiono os teus lábios com a verdade.
Alimentamo-nos em delícias...

O sofá balouça como as ondas do mar
Soçobra sem no entanto quebrar
A tua boca alimenta-me o vício
És tu, sem sombra ou resquício
Como te desço com a mão, és caminho
Forma ou percurso de carinho.
O teu corpo é  prova de perícia...

Encerras os olhos, e murmuras baixinho
Quero-te amor, quero-te aqui sozinho
E perdemo-nos a tempo de viver
Perdemo-nos no tempo de querer
O desejo que me impulsiona alado
Empurra-me descompassado.
O teu olhar não tem malícia...

E tudo é um sonho para não acordar
Porque não há felicidade sem a imaginar
O despertador toca, a manhã está-se a levantar...
O mundo acorda estremunhado sem querer
A luz do sol faz-me estremecer
Foi tudo um sonho que sonhei sem querer.

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